Estamos a apenas alguns momentos de nos perder, e a parte mais cruel disso é que não existe nem a hipótese de nos encontramos por acaso em uma rua por aí, no metrô, numa livraria, num café. Se nos perdemos, a nossa existência será vaga para ambos, e tudo que eu consigo pensar é em como isso é sufocante. Me sufoca a ideia de nunca mais ter você, não ter teus pelos, teu sorriso, teu corpo.
Gostaria de telefonar pro destino e perguntar porque diabos entramos na vida um do outro se era pra ter um fim tão trágico? - e por trágico, digo que ambos nos queremos - Porque colocaram outra pessoa em sua vida tão rápido? Como pôde desistir de nós? Eu ainda guardo aquela esperança cruel - e por cruel, eu digo que você pode acabar com ela a qualquer momento - de que você irá me telefonar, com a voz rouca, cansado, e suas palavras me chamarão de única. Ainda guardo aquela esperança frágil - e por frágil, digo que está se esvaindo - de que você irá notar que esse vazio imenso que sente é minha ausência. Ainda mantenho uma esperança fortíssima - e por fortíssima, digo que é o nosso amor - de que eu serei tua mulher. Queria poder te mostrar o quanto eu estou destruída e que tu sentisses minha falta de uma forma tão profunda e tudo isso tivesse um fim. Não me foge a ideia de que é apenas tu que faltas para que fiquemos juntos, porque é.
Ainda que seja o fim, e se for, receio que eu não serei capaz de me recuperar. Lembro-me dos momentos: Tão lindos e tão nossos. Me seguro na esperança do nosso amor pra continuar.